sexta-feira, 18 de abril de 2008

Eu só quero VIVER


Muitas vezes na vida precisamos abrir mão de coisas importantes, da companhia de alguem muito amado, do lugar onde conhecemos o chão, o cheiro, as cores.
Mas isso por motivo verdadeiramente importante.
Motivo viver.
Mas sabe, talvez isso seja viver mesmo.
Não consigo pensar que estar paralizada e com tudo muito organizado e arrumado seja felicidade de verdade. Pelo menos não pra mim.
Confesso que o tempo que estive aqui no Rio, não me deu muita vontade de procurar as pessoas.
As poucas que encontrei me pareceram tão infelizes e perdidas num mundo de fantasia que está gasto por tantas mentiras e equívocos. Pessoas que preferem ser fieis a sociedade a serem fiéis a si mesmo.
Pode ser que esteja enganada, mas a futilidade está reinando por aqui. Ninguem está podendo ouvir ninguem de verdade. Nem quer falar de verdade sobre si. Tá tudo no superficial supérfulo.
E aí fiquei marginal, a margem.
Sou a que deixa tudo pra me aventurar. A que não sossega. Não se estabiliza. A que cada dia quer uma coisa diferente e que não se submete "a vida".
"Não se dobra a realidade."
"Ainda não entendeu que a vida é assim mesmo, monótona e sem grandes possibilidades de diferentes coisas."
"Não dá pra ser adolescente o tempo todo!"

Sabe o que não dá?
Não dá pra me separar de meus filhos.
Não dá para não ser coruja deles.
Não dá pra deixar de olhar, olhar tudo que a natureza tem a oferecer de graça.
Não dá pra ignorar o poder de criação dos homens em muitas cidades.
Não dá pra deixar de sorrir a toa,
de lutar por justiça,
de se rebelar contra o que está errado,
de dançar em qualquer lugar quando se ouve uma música boa,
de beijar na boca quando se tem vontade, seja onde for.
Não dá pra deixar o tesão de lado.
Não dá pra deixar de ir pra Raça ver o Flamengo jogar.
Estou viva!
Quero celebrá-la todos os dias.
Agradecer ao Eterno a possibilidade de poder vivê-la plenamente.